Jovens lideranças extrativistas de todo o Brasil participaram do “Pré-COP30 das Juventudes da Floresta – Territorializando a Cúpula dos Povos”, encontro realizado entre os dias 23 e 25 de maio, no Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE) Lago Grande, no município de Santarém (PA).
O encontro foi uma oportunidade para reafirmar a importância do protagonismo juvenil em pautas ambientais e fortalecer estratégias para reivindicação de direitos socioambientais na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que ocorrerá em novembro, na capital paraense.
A agenda também faz parte da territorialização dos debates e mobilizações da Cúpula dos Povos. Um dos principais momentos ocorreu na abertura do encontro, quando mais de 600 pessoas, incluindo jovens, adultos, movimentos e organizações comunitárias, participaram de uma caminhada simbólica em defesa do território PAE Lago Grande, da Amazônia e da justiça climática. A mobilização iniciou na comunidade Vila Coroca e seguiu até a Vila Brasil, num percurso de cinco quilômetros.
“Para nós, enquanto juventude, estamos tendo uma oportunidade muito grande de ecoar as nossas vozes, de reunir jovens de vários lugares e que estão nas bases para discutirmos sobre justiça climática a partir das nossas realidades”, afirma Marlon Rebelo, presidente da Pré-COP e membro da comissão estadual de Juventude Extrativista do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS).
Ian Dara Tapajós, também liderança da Pré-COP, falou sobre a importância do evento para as juventudes. “É de extrema felicidade estarmos reunindo as juventudes, as comunidades do Tapuia Lago Grande, da RESEX [Reserva Extrativista] Tapajós-Arapiuns. […] Está sendo um espaço muito bonito, que agrega muitas mulheres, crianças, adultos, lideranças mais velhas e jovens para compartilhar esse momento — não só aqui dentro do território, mas também trazendo pessoas de fora para nos ouvir e levarmos nossas demandas para a COP30”, destaca a jovem indígena.
Ao longo de três dias, o encontro buscou elucidar o peso político da COP, seu contexto socioambiental e a oportunidade que representa, como espaço autônomo, para reivindicação de direitos por parte das populações tradicionais da Amazônia.
Também foram promovidos debates sobre temas como regularização fundiária, mineração, mudanças climáticas, agroecologia, territórios pesqueiros, direitos da natureza, bacias hidrográficas, educação ambiental e sociobiodiversidade. As rodas de conversa foram conduzidas por especialistas de diversas instituições do país.
“O evento mostra que os jovens extrativistas e da Amazônia são o presente das lutas pelos direitos socioambientais. Eles estão, cada vez mais, prontos para ocupar os espaços de decisão com sabedoria e coragem”, finaliza a vice-presidente do CNS, Letícia Moraes.
O “Pré-COP30 das Juventudes da Floresta – Territorializando a Cúpula dos Povos” é um encontro promovido pelo coletivo Guardiões do Bem Viver e pela Federação das Associações do Lago Grande (FEAGLE), com apoio da Rede de Jovens Protagonistas dos Manguezais Amazônicos (CUÍRA) e da comissão estadual do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS).